Friday, December 7, 2007

action movies para o menino e para a menina

felizmente, este final de ano tem sido altura de estreia de grandes filmes (ainda na calha está o último dos manos Cohen...).
e numa semana, saí cansado do cinema por duas vezes. há filmes que pela sua envolvência e velocidade fazem-nos sentir como que saídos de um bom treino. senão veja-se algumas das presmissas e coincidências curiosas:

- excelente elenco, maioritariamente europeu (Clive Owen, Monica Belluci, Naomi Watts, Viggo Mortensen, Vincent Cassel; Paul Giamatti, americano, no seu melhor papel) - será coincidência serem quase todos europeus????
- realizadores não americanos
- sequências de violência desmedida
- recém nascidos no centro da história
- mulheres lindas de morrer como personagens em crise maternal (Monica Belluci e Naomi Watts)
-homens duros e (acho..) giraços
- sequência de acção a culminar com perfuração de um olho (se num filme a arma é uma faca, no outro é... é... uma cenoura)
- organizações tipo máfia (lobby das armas e Vory V Zakone, máfia russa)
- bandas sonoras fantásticas (Shoot'em Up- Motorhead, AC/DC, Jon Spencer Blues Explosion, Nirvana... ou em contrapartida, música eslava/russa e clássica para o Eastern Promisses)


Shoot'em Up, vem brincar, sem quaisquer pretensiosismos, com filmes como Sin City, Missão Impossible, Raising Arizona (na sequência do bebé no meio da estrada), Sideways (um filme onde Giamatti entrou e quando ele próprio diz "fuck me sideways") e até, imagine-se, com o Bugs Bunny. Clive Owen (Mr. Smith), comedor quase obcessivo de cenouras, brinca constantemente com o "what's up Doc?" e apresenta-se entre um Batman e um MI6 de bom coração.

Clive Owen e Paul Giamatti têm o filme nas mãos, e têm ao mesmo tempo o seu melhor papel. Giamatti e para não variar, agora no papel de um cold hearted killer estupidamente sarcástico tem momentos fantásticos de humor negro. Ambos vão degladiar-se por um bébé nascido às mãos de Clive Owen, sem culpa no cartório por ser quem é. Monica Belluci, prostituta de profissão, acaba enrolada com o Mr. Smith, no meio de tiros, facadas e...




Em Eastern Promisses, Naomi Watts (ohh Anna Ivanovna..) assiste o parto onde só a criança sobrevive. tentará descobrir o paradeiro da família através do diário da mãe e irá conhecer bem de perto a máfia russa em Londres. Semyon, o chefe, seguido de perto pelo seu filho anárquico ("problemático" será mais fiel à personagem?) Kirill (Vincent Kassel) e o fiel motorista-para-todo-o-serviço-que-vê-as-suas-vergohas-à-mostra-numa-luta Nikolai (Viggo Mortensen) serão embrulhados numa vingança de sangue e ao mesmo tempo pela ameaça que a criança representará para a liberdade de Semyon.

David Cronenberg, sempre com algum fetiche em andamento, volta a centralizar o filme na violência dos homens. E Viggo Mortensen volta a fazer-lhe a vontade ao interpretar uma personagem com duas personalidades completa e perfeitamente distintas.

Excelente .. até agora, o filme do ano!!

vejam lá se não há curiosidades d'um catano!!!

3 comments:

Osvaldo said...

Há de facto imagens que falam por si. Faltou catalogares também o "post" com a etiqueta "coincidências?" (a propósito, gostei da "tanta porrada caraças").

David Cronenberg é desde há muito um dos meus realizadores preferidos. «Dead Zone» de 1983 («Zona de Perigo»), «The Fly» de 1986 («A Mosca»), «Dead Ringers» de 1988 («Irmãos Inseparáveis»), «M. Butterfly» de 1993 e «eXistenZ» de 1999 são alguns dos seus filmes que mais aprecio. Claro que o homem também tem os seus "flops", como «Spider» de 2002.

Vejo alguns pontos de contacto entre os universos de Cronenberg e David Lynch, embora me seja mais simples definir o universo de Cronenberg. Quando penso em David Cronenberg, penso em epidemias, vírus, mutações genéticas, tecidos orgânicos, cassetes de vídeo e nos inesquecíveis acessórios ginecológicos de «Irmãos Inseparáveis».

Talvez quem tenha visto apenas os filmes mais recentes não consiga entender estas referências, mas estou certo de que os veteranos sabem do que estou a falar.

Espero ter a oportunidade de ver «Eastern Promises». Como a disponibilidade familiar não é muita, talvez espere pela edição em DVD.

Joao said...

Buenas!!
confesso que fiquei um pouco chocado com um dos críticos d'"o público" fez ao filme do Cronenberg. acho que é um pouco "hate or love it", preciosismos cinéfilos à parte. de facto, tanto o Cronenberg como o Gus Van Sant andam numa fase específica (já parecem os pintores...) e ha que ver, interpretar e engolir como tal. lembro-me perfeitamente de quando vi o "Gerry" no cinema .. éramos talvez 8 pessoas na sala.. ficámos 3! não deixando de ser um excelente filme, é um dos primeiros filmes, senão o primeiro, sobre a juventude, a "perdição" (num sentido bem lato) e o ambiente envolvente. afinal, quantos filmes têm apenas 2 actores, muito pouco diálogo e parca música?
isto para dizer que tudo começa em algum lado, leva-nos a outro e há-de terminar ainda noutro.

Lynch e Cronenberg habitam e levam-nos para uma realidade paralela. com máquinas, fantasmas, paranóias, loucura ... quase um Tim Burton perverso.. mal comparado, claro!

espera-se agora pelo swenney todd e pelo novo dos Cohen...

abraços e beijinhos às meninas

Anonymous said...

Olá.
Gostei muito da tua lista lá no blogue da Radar. Uma pena as Electrelane ter ficado de fora da minha... Se bem que «In Berlin» é uma das canções poderosas do ano.

Abraços

Wellington Almeida