"The Vaselines" .. back to the 80's and into the future

Glasgow, tem sido, "recentemente", o berço de bandas de grande qualidade, como os Franz Ferdinand, Mogwai ou Belle and Sebastian.
Mas já na década de 80 via nascer bandas que virião a influenciar bandas futuras.
Os The Vaselines, com apenas dois EPs e um album editado "Dum Dum" em 1990 foram referência a bandas como por exemplo os Nirvana, que chegaram a fazer versões das suas músicas, tendo Kobain chegado a elogiar Eugene Kelly e Frances McKee, como os melhores songwriters do mundo.
Poucos meses após a edição do primeiro e único album, arrumaram as botas.
Em 1992, a Sub Pop editou a compilação "The Way of the Vaselines: A Complete History": recomendado pelo dono deste tasco...

Em 2008 voltaram-se a reunir, com a ajuda de membros dos Belle and Sebastian e preparam-se para voltar aos palcos. uma GRANDE notícia.

Inexorável

Ou como em 24horas, duas vidas se unem num casamento e uma outra se esgota num suspiro e parte para um lugar desconhecido.

Desejo Felicidades e Paz!

"Bird" .. ou o filme da vida de um eterno Mestre

Em 1988, Clint Eastwood aventurou-se como realizador de um filme biográfico, em jeito de homenagem, ao um grande Mestre do Jazz (saxofonista e compositor) de seu nome Charlie "Bird" Parker.
A trágica existência do músico é exaustivamente ilustrada: desde a sua eterna dependência das drogas e do alcool, passando pela estranha relação com a mulher, com os seus "concorrentes" mais próximos como Dizzie Gillespie ou com a sua terra natal, Kansas City. Aquando da morte, o médico legista assumiu que ele aparentava 53 anos, quando na verdade tinha apenas 35.

O filme venceu vários prémios como por exemplo o Óscar de melhor música, melhor actor principal (Forest Whitaker genial) em Cannes ou os Globos de Ouro para melhor actor, melhor actriz (Diane Venora) e melhor realizador.

Este foi um daqueles filmes que nunca tinha tido a oportunidade de ver e, agora, na homenagem da Cinemateca a Clint Eastwood, bulls'eye!
hoje ainda vão a tempo de ver a repetição

fica o "Bird" original, com "Dexterity":

"Waltz with Bashir"

Passado algum tempo depois de ver o filme, por forma a isolar do momentum em que estreou em Portugal, ou seja, quando novo confronto rebenta entre Israel e Palestinianos, depois de tanta balela, opiniões, críticas mais ou menos extremadas, é altura de vos dizer: Vão ver o filme!

Por força de ter conhecido um grupo de israelitas numa viagem à Argentina, aproveitei na altura para fazer um rol de perguntas, que quem está neste canto à beira mar plantado, não faz puto de ideia do que é lá estar. ainda para mais, quando as mulheres são obrigadas a cumprir serviço militar, tal como os homens. Após algum tempo de conversa, foi-me pedido por uma das pessoas que parasse de fazer certo tipo de perguntas (especificamente sobre a guerra ou os atentados e o receio constante no dia-a-dia) porque todas tinham uma história dolorosa, pessoal; ou porque conheciam alguém que tinha passado por isso.

E se me lembrei desta conversa umas 30 vezes durante todo o filme, não é pouco.

Por isso e depois de ver o filme, corri a escrever sobre o mesmo à minha amiga Raaya K., ilustradora de profissão, que curiosamente, tinha uma pergunta para me fazer: o que eu, o primeiro amigo não israelita que tinha visto o filme, achava do filme.
Passando à frente de muita conversa, transcrevo parte do texto da Raaya, representativo do que sentirão homens e mulheres israelitas. com isto não defendo uns ou aponto o dedo a outros. mostro somente que somos todos humanos, embora às vezes se tente demonstrar que não:
"Of course, I wept... I went to see it with a friend of mine, who's pregnant with her second child, and when we left the movie we couldn't speak for like half an hour. I love my country, I really do, but I hate the fact you have to fear having a son here."

O filme é excelente: após o desabafo de um amigo, Ari Folman vai reconstituir as suas memórias, passadas na guerra de 1982, quando Israel invadiu o Líbano: uma cuidada banda sonora, ilustração de primeira água, exploração das ilustrações, no lugar da realidade, de uma maneira excelente, com momentos recheados de simbolismo. um dos melhores filmes de 2008, sem qualquer dúvida!

Man or Astromen? .. o "em repeat" de hoje é assim..

"Theme from Eeviac":


É por estas e por outras que eu não preciso pôr os dedos na tomada eléctrica..

"Rock n Rolla" .. Guy Ritchie recria "Snatch" .. ou tenta

"People ask the question... what's a RocknRolla? And I tell 'em - it's not about drugs, drums, and hospital drips, oh no. There's more there than that, my friend. We all like a bit of the good life - some the money, some the drugs, other the sex game, the glamour, or the fame. But a RocknRolla, oh, he's different. Why? Because a real RocknRolla wants the fucking lot."

Depois de "Lock, Stock and Two Smoking Barrels" e "Snatch" que distam 10 e oito anos depois, respectivamente, deste último trabalho do Guy Ritchie, ou seja, demasiado tempo, estamos perante uma viagem no tempo, na tentativa de repetir o êxito dos anteriores filmes. Depois do perfeito atascanço no "Swept Away" feito para a mulher(ex), esperava melhor, bem melhor.
É de facto impossível não associar este filme aos anteriores, com o problema de ser francamente mais fraco. Perde na qualidade dos actores (se bem que Gerard "300" Butler, Tom Wilkinson e Mark Strong estão firmes no papel), perde no argumento (bem longe da estapafúrdia generalizada dos outros filmes além de chegar mesmo a copiar algumas cenas/sequências) e perde na banda sonora (basta ouvir..), não conseguindo os bons e grandes momentos de gozo de .. bom, não vale a pena repetir, pois não?
Vejam o filme e a seguir vão a correr rever o "Snatch", para lavar a alma. Só vos posso dar este conselho!

em repeat...

Enquanto a actividade não regressa a este blog, entrenham-se a ouvir-me, fazer alguns "em repeat" na Radar em 97.8, a uma hora já adequada para o ouvido humano, 8:45-8:55 (update: passa também algures entre as 20.40 e 20.55).
Para quem já perdeu os 3 primeiros "em repeat", ainda há esperança em ser salvo pelos próximos. Man or Astro-man?, Zen Guerrilla, Eels, The Twilight Singers, Yo La Tengo ou Pascal Comelade com PJ Harvey foram algumas das escolhas.
com escolhas tão díspares e algumas delas fora da "linha" da Radar, fugi aos lugares comuns e tentei abrir o apetite por novos sons. Os meus colegas de sala, que gramam todos os dias com sons mais "fora", já me insultaram por ter sido tão brando nas escolhas.. paciência! :D
Espero que gostem...

E claro, um grande Obrigado à Inês Meneses, na distância e na proximidade das ondas da rádio.